Exposição de Dahlia Ann, com curadoria de José Rosinhas
patente de 11 Março a 28 Abril 2023
“Dahlia Ann (Helsínquia, 1977), que segue a tradição da enorme qualidade dos grandes artistas finlandeses, é a artista convidada para apresentar os seus desenhos mais recentes. Um conjunto de oitenta e cinco trabalhos, em que carvão, lápis de cor e pasteis são os materiais utilizados pela própria para registar em papel as suas viagens pelo país.Como a própria afirma, é através dos seus desenhos que ela colecciona paisagens. Assim, este projecto curatorial apresenta a artista e a coleccionadora de vistas e pormenores do património natural do seu país. Trata-se de desenhos rápidos, esboços, croquis, que suscitam no público uma curiosidade pela paisagem finlandesa ao longo das suas quatros estações, cada uma bela por si só. Desenhar é registar, é escapar, para mais tarde relembrar o que vivenciamos intensamente, ou não, numa viagem.
As texturas dos seus suportes ajudam plasticamente o seu trabalho, originando texturas visuais incríveis através dos pasteis, onde o movimento rápido da sua mão sobre o papel torna-se num gesto performativo de registo, e de uma memória que não se quer fugaz.
“Viewscape – as a process” resume e abarca o trabalho conceitual da Dahlia Ann. Não são obras finalizadas, mas sim etapas de um processo de trabalho contínuo. Um exercício artístico e pessoal. Paisagem como autorepresentação.
Com certeza que a autora em causa segue a linhagem de mulheres artistas finlandesas como por exemplo Sigrid Maria Schauman (1877 – 1979), ou da pintora expressionista Ellen Thesleff (1869 –1954), representadas na Galeria Nacional da Finlândia, em Helsinquia. Talvez a ligação mais imediata da obra de Shaumann com a obra da Dahlia Ann, seja o conceito de artes plásticas da primeira, baseado na cor que enfatizava a emoção imediata. A emoção de viajar de comboio e de olhar para uma paisagem deslumbrante – Dahlia Ann transporta de imediato para o papel esse misto de sensações e de conspecções.
Olhar/registar, olhar/contemplar/registar… agora compete-nos, enquanto público, acompanhar esse registo do tempo e da paisagem finlandesa. Boa viagem!”
-José Rosinhas